Doença Celíaca
O que é?
A doença celíaca é uma condição crônica que afeta principalmente o intestino delgado. É uma intolerância permanente ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, centeio, cevada, aveia e malte. Nos indivíduos afetados, a ingestão de glúten causa danos às pequenas protrusões, ou vilos, que revestem a parede do intestino delgado. Esta condição possui outros nomes, tais como espru celíaco e enteropatia glúten-sensível.
Existem fortes evidências de que os alelos HLA-DQ2 ou HLA-DQ8 são os responsáveis a doença. No entanto existem outros genes, não pertencentes ao sistema HLA, que podem determinar a doença mas que poderiam agir, teoricamente, de forma aditiva ou multiplicativa em conjunto com HLA.
Como contrair a doença?
As pessoas com maior risco de contrair a doença celíaca são aquelas que têm diabete do tipo 1, doença autoimune da tiróide, síndrome de Turner, síndrome de Williams, ou parentes com a doença celíaca. Você pode ter a doença celíaca mesmo sem fazer parte de um dos grupos de maior risco.
Quais são o sintomas?
Os sintomas intestinais incluem:
– Diarréia crônica ou prisão de ventre
– Inchaço e flatulência
– Irritabilidade
– Pouco ganho de peso.
Os pacientes podem apresentar ainda, atraso de crescimento e da puberdade, anemia ferropriva, por carência de ferro, osteopenia ou osteoporose, exames anormais de fígado, e uma erupção na pele que faz coçar chamada dermatite herpetiforme. A doença celíaca também pode não apresentar nenhum sintoma.
Diagnóstico
A doença celíaca pode levar anos para ser diagnosticada. Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca.A doença celíaca deve ser confirmada encontrando-se certas mudanças nos vilos que revestem a parede do intestino delgado. Para ver essas mudanças, uma amostra de tecido do intestino delgado é colhida através de um procedimento chamado endoscopia com biópsia (Um instrumento flexível como uma sonda é inserido através da boca, passa pela garganta e pelo estômago, e chega ao intestino delgado para obter pequenas amostras de tecido).
Queixas ou constatações
- Fezes fétidas, claras, volumosas, sobrenadantes, com ou sem gotas de gordura;
- Distensão abdominal por gases, cólicas, náuseas e vômitos;
- Dificuldade de adquirir peso e facilidade para perdê-lo;
- Baixa estatura;
- Fraqueza geral;
- Modificação do humor, dificuldade para um sono reparador;
- Alterações na pele;
- Fraqueza das unhas, queda de pêlos;
- Anemia por deficiente absorção do ferro e da Vitamina B 12;
- Alterações do ciclo menstrual;
- Diminuição da fertilidade;
- Inchaço dos membros inferiores;
- Osteoporose.
Prevenção
Exceto por não comer alimento que contenha glúten, não se conhece prevenção.
Tenha atenção com os requisitos abaixo :
- Qualquer quantidade de glúten, por mínima que seja, é prejudicial para o celíaco;
- Leia com atenção todos os rótulos ou embalagens de produtos industrializados e, em caso de dúvida, consulte o fabricante;
- Não use óleos onde foram fritos empanados com farinha de trigo ou farinha de rosca (feita de pão torrado);
- Não engrosse pudins, cremes ou molhos com farinha de trigo;
- Tenha cuidado com temperos e amaciantes de carnes industrializados, pois muitos contêm glúten;
- Não utilize as farinhas proibidas para polvilhar assadeiras ou formas.
- Na escola, nunca separe a criança celíaca dos demais colegas na hora das refeições;
- O celíaco pode e deve fazer os mesmos exercícios que seus colegas;
- Existem celíacos que são diabéticos. Portanto, sua alimentação não deve conter glúten e nem açúcar;
- Existem celíacos que têm intolerância à lactose. Portanto, sua alimentação não deve conter glúten, nem leite de vaca e seus derivados.
Tratamento
Os pacientes podem começar a apresentar melhora 1 ou 2 semanas após o início da dieta. A intolerância à lactose causada pelo dano intestinal também diminui.
Na maioria das pessoas, os sintomas desaparecem e a parede do intestino se recupera totalmente de 6 a 12 meses após o início da dieta sem glúten. Nas crianças, o crescimento volta ao normal. Visitas regulares a um nutricionista e a uma equipe de profissionais de saúde com experiência no tratamento da doença celíaca são importantes para ajudar a manter a dieta e monitorar possíveis complicações.
Alimentos permitidos para quem tem a doença celíaca:
- Cereais; arroz, milho.
- Farinhas; mandioca, arroz, milho, fubá, féculas.
- Gorduras; óleos, margarinas.
- Frutas; todas, ao natural e sucos.
- Laticínios; leite, manteiga, queijos e derivados.
- Hortaliças e leguminosas: folhas, cenoura, tomate, vagem, feijão, soja, grão de bico, ervilha, lentilha, cará, inhame, batata, mandioca e outros.
- Carnes e ovos: aves, suínos, bovinos, caprinos, miúdos, peixes, frutos do mar.
Apesar de algumas pessoas serem capazes de voltar a consumir glúten sem sintomas imediatos, elas não “superaram” a doença celíaca, e não estão “curadas”. A dieta sem glúten deve ser seguida por toda a vida.
Curiosidades
– Existe uma lei, a lei federal nº 10674 , de 2003 que determina que todas as empresas que produzem alimentos precisam INFORMAR obrigatoriamente em seus rótulos se aquele produto “CONTÉM GLÚTEN” ou “NÃO CONTÉM GLÚTEN” .
-Estima-se que 1 em cada grupo de 100 a 200 pessoas nos EUA e na Europa tenha a doença celíaca ( no Brasil ainda não há um número oficial sobre a prevalência da DC, mas numa pesquisa publicada pela UNIFESP – 2005, em um estudo feito com adultos doadores de sangue, o resultado apresentou incidência de 1 celíaco para cada grupo de 214, moradores de São Paulo).
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